Num passado não muito distante, o mundo do desenvolvimento de aplicações era algo exclusivo. Uma fraternidade dirigida pela elite tecnológica, onde as linhas de código eram uma linguagem secreta. A depuração era um ritual de passagem. Felizmente, os tempos mudaram. Entrámos na era do ‘low-code’, onde o poder de criar aplicações já não é uma prerrogativa do departamento de IT.

OutSystems, fundada em 2001, foi uma das primeiras plataformas de Low-Code. OutSystems é frequentemente considerada como a pioneira da abordagem de desenvolvimento de Low-Code. Seguiram-se outras plataformas de Low-Code, incluindo a Mendix, a plataforma Lightning da Salesforce e a PowerApps da Microsoft. Desde a sua criação, a OutSystems entrou em cena, desafiando o status quo.

Por outras palavras, o paradigma low-code simplifica o desenvolvimento de aplicações, oferecendo uma abordagem visual de arrastar e largar que é mais parecida com LEGO do que com hieróglifos. Sejamos realistas: nem toda a gente foi talhada para ser um mestre da programação. Com o low-code, o misterioso véu da complexidade da codificação está a ser levantado. O low-code virou a codificação tradicional de pernas para o ar, tornando-a acessível a pessoas que nunca sonharam em escrever uma aplicação de análise e extração de dados em ABAP.

A ênfase já não está na decifração dos arcanos da sintaxe, mas na resolução de problemas comerciais reais. De repente, o desenvolvimento de aplicações está a tornar-se uma empresa colaborativa, onde os utilizadores empresariais e as equipas de IT trabalham lado a lado.

Surgiram novas personagens na codificação: os programadores low-code. Estes não são magos tecnológicos, mas profissionais apaixonados de diferentes departamentos que vêem um problema e querem resolvê-lo. Com low-code, podem participar ativamente no processo de desenvolvimento de aplicações, transformando as suas ideias em realidade sem necessitarem de um doutoramento em programação.

A Gartner prevê que, até 2026, os programadores fora dos departamentos formais de IT representarão pelo menos 80% da base de utilizadores de ferramentas de desenvolvimento com pouco código, contra 60% em 2021. O low-code é um fator de mudança. O low-code não é apenas uma moda passageira. Uma tendência passageira que voltará a desaparecer.

Os benefícios para as empresas são claros e óbvios. O low-code acelera o tempo de colocação no mercado, reduz os custos e liberta as empresas das amarras do desenvolvimento tradicional. Imagine passar do conceito à implementação em tempo recorde, mantendo o seu orçamento de IT sob controlo. Low-code não é apenas uma ferramenta. É uma varinha mágica. E enquanto as varinhas mágicas normalmente o escolhem, neste caso terá de ser você a escolher a varinha.

Com grande poder vem grande responsabilidade e, neste caso, escolha. A escolha da plataforma low-code correta é crucial. Como consultores nesta área, podemos fornecer aos nossos clientes informações detalhadas sobre factores como a escalabilidade, a segurança e a facilidade de utilização. Se fizer a escolha certa, estará no caminho para o estrelato low-code.

Naturalmente, nenhuma revolução está isenta de desafios. Abordaremos a segurança, a conformidade e a governação em artigos subsequentes, mas saiba que estão todos abrangidos. Não estamos aqui para cantar os louvores ao low-code. Ninguém pode olhar para uma bola de cristal e fazer previsões sobre a direção que os desenvolvimentos irão tomar. A IA vai substituir-nos a todos? Não propriamente, mas vamos ver como os programadores e os utilizadores podem coexistir pacificamente.

Para as empresas que adotaram o low-code, está na altura de entrar no comboio. A era do desenvolvimento de aplicações chegou e veio para ficar. Deixamos-lhe uma mensagem simples: abrace a revolução e dê poder às suas equipas. Deixe brilhar o programador low-code que há em si.